Maternidade e vida a dois

A dois as coisas nem sempre são fáceis. E parece que com a chegada dos filhos elas se tornam ainda mais complicadas. Tem aquela sensação de “eu me anulei” e você não, eu faço muito mais, eu abri mão das minhas coisas e para você segue tudo igual. Mas quanto disso não é responsabilidade nossa? Quanto nós estamos abrindo espaço para que eles, os pais, façam a sua parte? Eu aprendi, ao longo do tempo, a abrir mão. Não das minhas coisas, dos meus interesses, como fiz por muitos anos depois que os filhos chegaram, mas dos próprios filhos. E aqui não é um abrir mão no sentido negativo, de abandono, mas um abrir mão de não querer ser sempre eu pra tudo. Hoje, deixo-os aos cuidados do pai sem nenhum peso na consciência, deixo-os aos cuidados de outros – avós, tios, cuidadoras – sem nenhuma culpa. Se eu quero filhos independentes, assim como sempre fui, preciso deixar com que eles experimentem a vida longe de mim desde cedo. E querem saber? Fazendo esse bem a mim fiz um enorme bem ao casamento. E não que ele esteja perfeito, que não existam mais altos e baixos. Bem longe disso. Mas já está bem melhor do que um dia foi. E sabendo que já conseguimos colocar tanta coisa em ordem, no lugar, a gente segue se dedicando a deixar ainda melhor. Porque sabe que é sim possível.

#SHinspira